Eu nunca conheci ninguém que veio até Paris pela primeira vez com o objetivo de visitar esse museu. Que pena, porque você não sabe o que esta perdendo!

Quando eu escrevo aqui no blog, eu tento pensar na razão de estar recomendando alguma coisa pros meus amigos. Eu tenho uma tendência a ser um pouco melodramatica nas minhas observações e, com esse museu, não é diferente.
Quando entro em um museu, eu realmente tento ver "o todo", não apenas objetos individuais expostos, algumas vezes de maneira bem monotona, uns aos lado dos outros. Eu sou historiadora de alma e, mesmo assim, consigo enxergar que fazer a Historia ser sexy, especialmente na era digital, é uma desafio gigante pra qualquer instituição cultural. Tirando um passeio muito divertido no castelo de Gravensteen em Gent na Belgica, eu geralmente pego no sono ouvindo audioguia de museu. Sério.
Meu antidoto contra isso é pensar nas razões pelas quais aqueles objetos estão la e não no lixo, em uma casa particular ou esquecidos completamente. No museu de Arts et Métiers, se eu posso definir de maneira bem simples, a engenhosidade humana é o pano de fundo do percurso. As invenções bem sucedidas, os erros, a utilidade, as revoluções e um olhar sobre o futuro e as consequências ambientais das revoluções tecnologicas. Eu fiquei boquiaberta com as quase 3.000 peças expostas e que contam como a necessidade ou a genialidade humana produziram ou se serviram dos materiais à disposição.
Automoveis, medidores, microscopios, aviões, marionetes, enfim, tudo que a engenharia e o cerebro humano puderam pensar ou produzir, esta representando la, viajando através dos séculos e faz a gente se sentir muito, muito pequeno.
Meus colegas engenheiros e cientistas amam esse museu, e com razão. Não sou nenhum dos dois, mas eu também me deslumbro um pouco em ver como o ser humano é capaz de inventar, se reinventar, criar (e destruir). Foi assim que observei esse museu especifico e foi assim que admirei por duas horas as peças propostas na exposição permanente.
O prédio que abriga as obras é lindo, um antigo priorado, onde os monges mantinham residência em meados do séc. XVIII. Essa é mais uma ironia de Paris : a religião dando lugar ao empirismo e à ciência - coisas que so a França secular poderia produzir.
Mêtro Arts et Métiers : Linha 11 (a estação é lindamente decorada, fica de olho)!
P.S: Bem em frente ao museu, você vai encontrar o melhor lugar de Paris pra trabalhar, o Hubsy Café! Falei dele aqui.
コメント